Eu sou Aleff Pimenta e, ao longo de uma década implementando infraestrutura crítica em empresas como Rede D’Or, Banco do Brasil e Folha de São Paulo, testemunhei um padrão: a maioria dos empresários quer usar inteligência artificial, mas trava ao pensar no investimento, no time e nos resultados. O medo de gastar com promessas vazias é real. Por isso, montei este guia prático para você montar seu time de IA – sem jogar dinheiro fora.
Por onde começar sem perder tempo nem dinheiro?
No mundo real, montar um time de IA não começa com a contratação de dezenas de especialistas. Primeiro, é preciso entender suas necessidades de negócio. Sempre recomendo olhar para os principais gargalos internos antes de qualquer coisa. Evite seguir modismos ou aquela ideia do “é preciso contratar agora”.
Primeiro, entenda seu problema e o que realmente pode ser resolvido com inteligência artificial.
Em minha experiência no projeto Aleff, sempre inicio avaliando com o cliente as tarefas mais repetitivas, passíveis de automação e que dão pouco retorno ao negócio se feitas manualmente. E aqui já surge o tema: é possível começar pequeno, de forma estratégica.
Definindo papéis: quem realmente precisa estar no seu time?
Formar um time de IA não precisa ser sinônimo de contratar grandes nomes do mercado ou montar um grande departamento. Na maioria dos casos, recomendo pensar nos papéis essenciais:
- Um líder de negócio que saiba as dores da operação (pode ser você mesmo);
- Alguém com experiência técnica em IA, mesmo que contratado de fora ou consultoria por tempo limitado;
- Uma pessoa para análise de dados – nem precisa ser cientista de dados formado, mas alguém que entende planilha, BI e já trabalhou com dados;
- Profissional capaz de mapear processos e testar soluções (analista de processos ou melhoria contínua);
- Um responsável por garantir integração entre sistemas, se necessário.
Você não precisa, necessariamente, de um time inteiro dedicado exclusivamente à IA. Muitas vezes, utilizar parte do tempo de profissionais internos que já dominam as rotinas da empresa é mais eficiente e econômico. O segredo está em unir conhecimento do negócio com expertise técnica e agilidade no teste de soluções.
O tamanho do time depende do porte e da maturidade da empresa
Se a sua empresa fatura entre R$500 mil e R$10 milhões por ano, como ocorre com muitos dos clientes da minha consultoria, montar um grande time costuma ser desperdício de recursos. Comece com poucas pessoas, testando hipóteses e entregando resultados rápidos. Só escale o time se o impacto financeiro justificar.
Uma estratégia inteligente, que trago no projeto Aleff, é iniciar com squads temporários e funções híbridas, evitando a contratação de profissionais caros antes de validar valor real.

Já presenciei casos em que uma empresa queria contratar três cientistas de dados, mas bastava treinar a equipe interna em novas ferramentas e contratar um desenvolvedor sênior como apoio. O resultado aparece mais rápido e consome menos recursos.
Como priorizar projetos de IA e não cair no desperdício
O segredo está em escolher projetos simples e claros para mostrar valor rapidamente. Foque em pontos como:
- Automatizar tarefas que demandam muito tempo;
- Reduzir chances de erro humano em processos críticos;
- Gerar dados que sirvam de base para decidir melhor.
Comece pequeno: escolha algo fácil, que possa ser testado em poucas semanas. Entregue, avalie o retorno, depois avance para desafios maiores. Essa abordagem protege o orçamento e aumenta a confiança do time, além de engajar a liderança no processo.
Valor provado em pouco tempo abre caminho para investimentos maiores.
Acesse conteúdos práticos e ideias para projetos em inteligência artificial aplicada a negócios.
Quando terceirizar e quando internalizar?
Nessa jornada, a dúvida sobre terceirização é comum. O que indico? Terceirize quando:
- Não há know-how interno;
- O projeto é pontual ou experimental;
- Precisa de velocidade para validar uma prova de conceito;
- Não faz sentido treinar equipe interna ainda.
No entanto, internalize conhecimento assim que perceber valor estratégico na solução desenvolvida. A cada etapa, avalie o que pode ser absorvido pelo time interno, garantindo autonomia gradualmente e menos dependência de terceiros no médio prazo.
Ferramentas, métodos e integração sem gastar à toa
Minha metodologia no Aleff é baseada em usar o que já existe, evitando compras de ferramentas caras antes do tempo. Priorize softwares já conhecidos pelo time e soluções que se integram bem ao que está em funcionamento. Muitas vezes, ferramentas de automação de processos ou plataformas modernas de BI já fazem metade do trabalho.
Testar protótipos rápidos em ambientes de baixo custo, como ambientes de nuvem gratuitos ou versões de avaliação, também ajuda a não comprometer o orçamento. Quando o valor ficar claro, aí sim vale investir em melhores licenças ou soluções customizadas.
Organizei vários desses relatos em casos de implementação de IA para ajudar quem quer evitar erros comuns.
O que observar na gestão do time de IA?
Gestão de gente técnica costuma ser um desafio, principalmente sem experiência prévia em tecnologia. Para evitar dispersão e desalinhamento, mantenha:
- Objetivos claros e mensuráveis para cada etapa do projeto;
- Rituais ágeis (check-ins semanais, feedback rápido, reuniões curtas);
- Métricas de sucesso alinhadas a indicadores financeiros, não só técnicos;
- Espaço para testar ideias em ciclos curtos, sem burocracia;
- Boa comunicação entre áreas técnica e de negócios.
Na prática, gerir um time de IA é muito próximo do que vivencio em projetos de gestão ágil. É disciplina, clareza e entrega rápida.
Como medir retorno e saber se o time está funcionando?
O maior erro é medir sucesso só por indicadores técnicos, como precisão de modelos ou volume de dados processados. Meça o antes e depois do projeto em termos de tempo poupado, custos reduzidos e decisões mais rápidas.
Transparência no retorno ajuda a conquistar novos investimentos para ampliar o time.
Usar painéis simples, comparando indicadores do negócio antes e depois de cada entrega, é mais eficaz do que relatórios complexos. Isso ajuda a mostrar para toda a empresa o valor real do time de IA, fortalecendo a cultura de automação. Exemplos de usos práticos podem ser vistos na seção de automação aplicada do blog.

Quando (e como) escalar o time de IA?
Quando os pequenos projetos começarem a gerar retorno consistente e mensurável, aí sim é hora de pensar em crescer o time. Escale gradualmente, contratando ou formando gente nova apenas para funções comprovadamente necessárias. Avalie o impacto financeiro antes de cada movimento – e só avance se houver justificativa clara.
Mais sobre como aumentar o escopo com estratégia você encontra em conteúdos de robotização e melhorias incrementais.
Conclusão: IA não é mágica, é ferramenta
Ao longo desses anos, o que mais vejo são times inchados, projetos sem resultado e empresários frustrados. Um time de IA bem montado nasce com objetivo claro, papéis definidos e ciclos ágeis. Contrate ou envolva apenas quem for realmente necessário, e vá além só se os ganhos comprovarem o investimento.
Montar seu time apostando em método, não em modismos, prepara o terreno para que a IA realmente some ao seu negócio. Se quiser apoio para começar, validar hipóteses e escalar do jeito certo, conheça mais sobre a metodologia Aleff. Sua empresa pode transformar potencial em resultado concreto com inteligência e cuidado.
Perguntas frequentes
Como montar um time de IA eficiente?
Monte um time começando pequeno, priorizando profissionais que conheçam a operação da empresa e tenham alguma experiência ou interesse em tecnologia. Busque apoio pontual de especialistas externos só quando preciso. O segredo é unir quem entende do negócio com quem sabe testar soluções tecnológicas rapidamente.
Quais profissionais são essenciais em IA?
Os principais papéis são: alguém de negócios para mapear problemas, um responsável técnico (pode ser consultor), um analista de dados, um integrador de sistemas e um profissional para melhorias nos processos. É comum uma pessoa exercer mais de uma dessas funções em empresas menores.
Quanto custa montar um time de IA?
O custo varia conforme o tamanho da operação e o escopo dos projetos. Começar pequeno pode exigir somente investimento em treinamento interno e apoio pontual de consultoria, o que reduz bastante o valor inicial. Só aumente os gastos se o retorno estiver comprovado.
Como evitar gastos desnecessários com IA?
Evite contratar muitos profissionais de uma só vez ou adquirir ferramentas caras sem testar hipóteses reais. Use ferramentas já existentes, valide soluções em mini-projetos e busque mostrar retorno rápido antes de escalar qualquer investimento.
Vale a pena terceirizar serviços de IA?
Sim, especialmente no início ou em projetos experimentais. Terceirize para validar conceitos rapidamente e absorva o conhecimento aos poucos para formar seu próprio time interno quando a IA virar estratégia do negócio.
